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'Doom: The dark ages' renova brutalidade da série com combate ainda mais sanguinário; g1 jogou

Combinando carnificina clássica e ritmo estratégico, game resgata legado de 30 anos com nova roupagem; lançamento é um dos mais viscerais e estilosos do ano...

'Doom: The dark ages' renova brutalidade da série com combate ainda mais sanguinário; g1 jogou
'Doom: The dark ages' renova brutalidade da série com combate ainda mais sanguinário; g1 jogou (Foto: Reprodução)

Combinando carnificina clássica e ritmo estratégico, game resgata legado de 30 anos com nova roupagem; lançamento é um dos mais viscerais e estilosos do ano. Depois de mais de três décadas aniquilando demônios, a franquia "Doom" volta a reinventar a fórmula que ajudou a criar o gênero de tiro em primeira pessoa. "Doom: The dark ages", lançado neste mês para Xbox Series X e S, PlayStation 5 e PC, é uma experiência que equilibra brutalidade e tática de combate com uma pegada visual que mistura o medieval com o futurista. E trazendo um Doom Slayer, o personagem principal, ainda mais poderoso e carniceira, o game acerta em cheio no que se propõe. Mudanças infernais Quem vem de "Doom (2016)" ou "Doom eternal", de 2020, vai perceber logo de cara a mudança no ritmo. Em "Eternal", a movimentação ágil, os pulos duplos, os esquivas no ar e o encadeamento de execuções serviam para manter o jogador em constante deslocamento vertical e horizontal no mapa durantes os confrontos. Desta vez, tudo tem mais cadência e sensação de fortaleza. Slayer é um tanque em avanço constante, atacando e se defendendo. 'Doom: The dark ages': trailer de lançamento Essa escolha afeta diretamente o ritmo dos combates. Em vez de flutuar de ponto em ponto e se esquivar, o objetivo é ter controle do espaço ao redor e saber bloquear e atacar, o que exige domínio de tempo e de posicionamento. Ao mesmo tempo, a movimentação mais pesada do Slayer, agora quase uma fortaleza ambulante, muda o ritmo da ação sem sacrificar intensidade. Isso força o jogador a tomar decisões mais calculadas, priorizando bloqueios e ataques nos momentos certos. O novo estilo de se jogar "Doom" não significa lentidão. O jogo ainda é ágil, brutal e empolgante, mas foca em fazer o jogador tomar decisões conscientes para o tiroteio mais territorial. É uma mudança ousada para a franquia de mais de 30 anos, mas essa mudança remete aos jogos da série para PC no começo dos anos 1990. Contudo, o game mostra que tudo foi muito bem pensado e há coerência com o tom mais pesado e imponente. O escudo é a melhor arma Em "Doom: The dark ages", além de uma dezena de armas com poder de destruição de um pequeno exército, a introdução do escudo do Doom Slayer na ação é a estrela do combate. Com ele, é possível bloquear ataques (inclusive os mais poderosos), contra-atacar ao defender um ataque no momento certo, e ser arremessado como um bumerangue sangrento – tal qual o Capitão América –, abrindo caminho entre as dezenas de demônios pela frente. Saber dosar ataque e defesa — especialmente contra golpes com aura verde — transforma cada batalha em uma dança brutal e estratégica. A adição do recurso torna os combates mais interessantes e permite a criação de estratégias pelo jogador, que segue em frente se defendendo e sabendo atacar no momento certo. Contra os chefes e os inimigos mais poderosos, essa tática é essencial para a sobrevivência. Ao lançá-lo, os inimigos mais fracos são fatiados – tanto na ida quanto na volta do objeto – e, nos mais fortes, o escudo fica cravado, paralisando-os por alguns instantes, o que permite desferir ataques poderosos. O escudo também pode ser útil para alcançar locais de difícil acesso para seguir na missão ou para encontrar locais secretos pelo mapa. Ao mirar o escudo em um inimigo, Slayer pode ir rapidamente para cima deles com o escudo, causando grande destruição. Em determinados pontos, este recurso pode derrubar paredes ou fazer com que o jogador se lance para alcançar locais mais altos. A metralhadora que mói crânios e usa os estilhaços como munição é uma das mais criativas de 'Doom: The dark ages' Divulgação/Bethesda Inferno acessível (e feroz) Mesmo com mais opções defensivas, o jogo não perde a pegada. "Doom: The Dark ages" envia enxames de demônios sobre o jogador a todo momento, mas com uma curva de aprendizado mais amigável do que a de "Doom eternal". Os combates exigem reflexo e raciocínio, e quem dominar o escudo vai se deliciar com os combos sangrentos que ele permite. A variedade de armas continua sendo um dos trunfos da franquia. A metralhadora que moe crânios e usa os pedaços como munição, a que lança uma bola presa a uma corrente, o canhão de plasma e a escopeta de dois canos têm usos específicos. Elas permitem abordagens diferentes, mas todas causam danos extremos. Elas podem ser melhoradas ao longo da história. O ataque corpo a corpo também ganha mais impacto, elevando a sensação de poder de controlar o Doom Slayer. Os diversos tipos de inimigos favorecem estratégias variadas de ataque e pune quem entra em combate sem preparo. Muitos exigem que a armadura seja destruída antes de receberem dano para serem aniquilados, e é aí que entra o escudo. Em outros, apenas um tipo específico de arma é mais eficiente para provocar a sua morte. Conseguir usar esses recursos recompensa o jogador com mais vida, mais escudo o mais munição, elementos essenciais para conseguir seguir em frente rumo aos seus objetivos. A escopeta de ano duplo, uma das armas clássicas da franquia, está de volta, ao lado do escudo em 'Doom: The dark ages' Divulgação/Bethesda Entre as missões mais "tradicionais", o "Doom: the dark ages" coloca o jogador no comando de um robô gigante e de um dragão cibernético. Esses momentos quebram o ritmo da batalha mas sem perder o tom. São cenas grandiosas, embora breves, e poderiam ter mais espaço ao longo da campanha. Controlar o robô é como estar no Megazord dos "Power Rangers". O cenário fica lá embaixo e praticamente tudo pode ser destruído. O esquema de jogo muda, fazendo que em vez de tiros o ataque seja por meio de socos e chutes. Há determinados momentos que uma metralhadora gigante pode ser usada, só reforçando todo o exagero que é a franquia "Doom". É divertido, mas poderia ser mais longo e ter mais mecânicas de confronto. Já com o dragão, o jogo muda também, permitindo a exploração de mapas mais verticais e o confronto contra naves inimigas. Há perseguições no ar e ataques contra espaçonaves grandes que, ao serem derrubadas, viram cenário para que Slayer possa sair do dragão e continuar rumo ao seu objetivo. É bastante interessante mas, novamente, poderia ser um pouco mais longo. Mais história O game tem 22 capítulos, o que permite muitas horas de jogo. Pela primeira vez em muito tempo, a história tem peso e investe na origem do Doom Slayer, explorando sua relação com os Night Sentinels e os Maykrs. A trama, apesar de simples (e até dispensável), dá propósito à destruição e reforça a mitologia sombria do universo de "Doom". Agora, você pode voar pelas fases com um grande dragão munido de uma metralhadora Divulgação/Bethesda Lindo do capeta Visualmente, o jogo impressiona. A estética medieval meio "gótica-futurista" consegue combinar ao clima da franquia. São ruínas medievais, armas tecnológicas, maquinário arcano e demônios biomecânicos em meio a um game que conta os primórdios da franquia de tiro. Na parte gráfica, "The dark ages" é um espetáculo, com efeitos de iluminação e partículas que potencializam o clima opressor e infernal. Reflexos e texturas usam bem o potencial dos videogames e dos computadores mais parrudos para para destacar a atmosfera de decadência, os combates, os inimigos sendo despedaçados ao receberem tiros. Nos momentos de maior ação, com dezenas de demônios na tela, o game roda sem engasgos com projéteis, inimigos, cenários sendo destruídos e pedaços de monstros voando pelo ar. Um verdadeiro deleite para quem gosta de destruição. E, claro, a trilha sonora combina perfeitamente com esses momentos. O silêncio de quando se está explorando o mapa contrasta com uma mistura de metal com ritmos medievais que dão o clima certo de um confronto entre Slayer e demônios. "Doom: The dark ages" é brutal, criativo e preciso. Um dos melhores jogos recentes de tiro que acerta perfeitamente ao introduzir um ritmo mais cadenciado de jogo. Isso permite que mais pessoas possam se interessar e passar boas horas jogando. A adição do escudo foi um acerto tremendo que aumenta a estratégia. Com as armas, a destruição é garantida nesse jogo que é uma aula de como equilibrar fidelidade ao legado de uma das franquias mais importantes da história dos videogames. g1

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